Desde 2020, quando a China anunciou a suspensão de viagens para o país devido ao surto de coronavírus, turistas, empresários, estudantes, e pessoas que têm família na China, viveram meses de incerteza sobre quando poderiam entrar em solo chinês novamente.
Foram três anos de espera até que o governo chinês flexibilizasse o rígido controle da covid, anunciando a reabertura em 8 de janeiro deste ano. Isso gerou uma corrida de empresários brasileiros interessados em viajar ao país para a realização de negócios.
A Câmara Chinesa de Comércio do Brasil (CCCB), que faz a ponte entre empresas chinesas e brasileiras, e atua na facilitação de comércio exterior do Brasil e importação, teve que interromper grande parte de suas atividades relacionadas à China durante a pandemia.
A instituição oferece serviços de visita a feiras setoriais e fábricas em solo chinês, além do acompanhamento de empresários brasileiros que querem comprar na China. No tempo em que o país esteve fechado, a CCCB manteve as iniciativas de matchmaking e reuniões à distância.
Agora, com a reabertura, a CCCB tem recebido pedidos de empresas brasileiras de diversos segmentos como automotivo, construção, eletrônicos, químicos, para acompanhamento em missões, para a compra de matéria-prima e bens in loco. Arthur Guimarães, diretor-geral da CCCB, irá ao país em março para auxiliar clientes e retomar parcerias.
“A busca tem sido intensa de janeiro pra cá, com grupos, empresas, associações interessados”, diz. Ele afirma que os chineses também estão intensificando a vinda para o Brasil, com o volume aumentando nos próximos meses, para feiras de negócios setoriais, como de cosméticos e hospitalar.
O China Trade Center (CTC), que leva empresários para a China, Coreia, Cingapura, já está organizando viagens de negócios e tem recebido pedidos de empresários para auxílio com o visto chinês.
Segundo Henrique Reis, gerente de Relações Internacionais, a reabertura da China traz boas perspectivas. Porém, o processo mais demorado na emissão de visto, devido à alta demanda, tem sido um desafio.
Esse é um dos motivos pelos quais não será possível ter grande presença na Canton Fair, que acontece em abril. “Neste momento, o maior empecilho para ir à China é o visto”, disse Henrique Reis.
A CTC também realiza missões empresariais de chineses para o Brasil, com a promoção de produtos para compradores brasileiros.
A GOTEX Show, feira focada na indústria têxtil organizada pela CTC, acontecerá de 12 a 14 de setembro, em São Paulo, e tem boa perspectiva de presença de empresas chinesas.
A plataforma de conhecimento em negócios, Startse, que chegou a levar 22 grupos de brasileiros em 2019 para a China, teve que interromper o programa desde 2020 devido à pandemia.
Em fevereiro, apresentadores do programa A Hora da China anunciaram em uma live no Youtube a abertura de inscrições para missões no país.
A primeira está agendada para agosto deste ano. O programa oferece uma imersão na cultura chinesa, no ecossistema de startups, no ambiente de negócios, além de incluir visitas a centros de inovação e grandes empresas como a Alibaba.
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